Agradeço os esclarecimentos do Snr. Luís Correia. Aparentemente, estamos a perder muito tempo com o apóstrofo; na realidade, esta troca de impressões veio confirmar as enormes virtualidades da "Internet", na sua facilidade de comunicação e esclarecimento das ideias.
Lembro que o tema inicial era uma questão de espaços entre o apóstrofo, e que, na base de que «Expo» não é ainda palavra portuguesa com vida autónoma, eu disse que preferia Expo'98 sem espaços, a Expo '98 com espaço depois de «Expo», porque, para esta abreviatura representar Exposição, é necessário que seja seguida de apóstrofo (ou de ponto). O problema da abreviatura não se põe nos exemplos que indica; e a colocação de apóstrofo para suprimir os dois primeiros algarismos da representação do ano não é uma regra internacional (ex.: «Windows95»).
Só se considerarmos Expo como um neologismo (não registado ainda na 8.ª edição do «Dicionário da Porto Editora», de Maio deste ano), é que se pode escrever Expo '98, ou até Expo98 (à semelhança do recente «Windows98»). Independentemente desse facto/fato, como já disse, a grafia Expo '98 pode considerar-se legal, se estiver registada. Acrescento (com toda a humildade, depois de ler a sua oportuna e simpática nota) que o elemento ´98 deve ser ponderado, se o apóstrofo na abreviatura do ano for um hábito que tenda a generalizar-se, por exemplo como aviso ao problema informático que nos espreita no fim do milénio. Poderá ser uma inovação, e a Língua bem precisa de inovações.
No entanto, eu continuo a preferir Expo'98, em relação a Expo ´98. E deixe-me pensar que os notáveis artistas da nossa Exposição não se limitaram a copiar, mas que foram felizes na escolha que fizeram de Expo'98, pois abrevia Exposição, permite considerar a hipótese '98 e dá ao agrupamento, um sentido único (não nos referimos a uma qualquer exposição de 1998, mas à Exposição Mundial de Lisboa).
Mudando de assunto, peço-lhe que verifique se na palavra «ilisão» do seu texto terá havido um erro de dactilografia. A palavra não foi encontrada nos dicionários que possuo, e, no contexto, o termo que se adapta no discurso é elisão. Sublinho que um erro ortográfico prejudica um texto, por mais bem elaborado que esteja e pode suscitar entre os `convencidos´ uma crítica intolerante do tipo: `Ele nem português sabe…´ Essas pessoas esquecem que, frequentemente, a culpa não é só de quem escreve: a grafia desta nossa Língua contém muitas areias movediças. De facto/fato, não é só entre o e e o i que se verificam confusões: acontecem também entre o o e u no som ¦u¦; entre o s, ss, c, ç e x no som ¦ss¦; entre o s, z e x no som ¦z¦; entre o ch e x no som ¦ch¦; entre o j e g no som ¦j¦, etc, etc… E aproveito para louvar as brilhantes inteligências que nos legaram a ajuda dos correctores/corretores de texto informáticos. O meu corrector acusa logo o erro na palavra que escreveu.