Napoleão Mendes de Almeida, no seu Dicionário de Questões Vernáculas, diz, na entrada Ao depois, o seguinte:
«Não se pode considerar errada a locução adverbial ao depois; encontra-se no Laudelino Freire, que após oferecer o significado (posteriormente, mais tarde, depois) dá um exemplo de Gonçalves Dias: 'Deixando para ao depois tratar dos motivos que tiveram ou poderiam ter estes viajantes'.
«Citado por Botelho do Amaral, Catulo traz: 'Eu senti muita alegria, mas ao despois… – onde vemos a expressão à caipira, com um epêntese que o próprio Camões sempre usou 'Que despois de morta foy Rainha', forma igualmente usada nas Ordenações Afonsinas: '… para se ao despois poder voar se obrou em ello como devia' (…). Uma vez eliminado o s da forma epentética, nada há que impeça o emprego da locução.»