Não conheço regra que permita responder a esta pergunta. Mas podemos fazer uma tentativa. Quando justapomos a uma palavra estrangeira um prefixo empregado na língua portuguesa, criamos um hibridismo. O Acordo Ortográfico de 1945 e o "Tratado Ortográfico" de Rebelo Gonçalves autorizam, contudo, que se formem palavras híbridas com sufixos: por exemplo, byroniano (poeta inglês Byron + sufixo -iano), wagneriano (compositor alemão Wagner + -iano), etc. Se estas fontes autorizam hibridismos com sufixos, não vejo por que motivo os possam desautorizar com prefixos, sempre que tais neologismos forem necessários. Precisamos, todavia, da palavra antiapartheid? Para indicar os opositores do sistema monstruoso, felizmente abolido na África do Sul, poderíamos empregar a preposição contra. Por exemplo, manifestantes contra o "apartheid". Não é expressão menos clara nem menos concisa. Não fica mal na linguagem jornalística. Imaginemos, contudo, que precisávamos do neologismo para um título. Um título de jornal pede enorme poder de síntese: teria de ser mesmo antiapartheid (ou seja: prefixo + palavra estrangeira, segundo as regras do hífen. Cf. As regras do hífen I e As regras do hífen II). Repito: não seria pior do que shakespeariano.