De facto, os prefixos anti- e arqui-, e também semi-, são seguidos de hífen somente se o elemento seguinte começar por h, i, r ou s, e compreende-se:
a) Nunca encontrei palavras sem hífen com h no interior. Por isso, não se compreendia que escrevêssemos antihigiénico, arquihipérbole, semihomem.
b) No nosso léxico, não é normal a existência de palavras de formação portuguesa em que haja dois ii seguidos, a não ser vindas assim mesmo directamente doutra língua, mas poucas, como por exemplo niilismo e niilista, respectivamente do francês niilisme e niiliste.
Mencionemos também xiita, do árabe xi’ita, membro de uma seita muçulmana.
Há mais algumas, mas poucas.
Como «português de gema», como se costuma dizer, só me lembro de piíssimo, superlativo do adjectivo pio.
Se, com os prefixos mencionados, fugirmos à regra, aparecerão palavras escritas com h interior, como já vimos. Outras, com o s erradamente com o som de z: arquisecular, semiselvagem; e ainda outras, erradamente com o r de som brando, como o de aroma em vez do correcto som forte como em religioso; semireal, antireligioso, arquirabino, etc.
Daqui concluímos que não pode haver excepções à regra. Ela é necessária apenas para não sermos levados a ler erradamente determinados vocábulos. Conclusão: o correcto é escrevermos antivandalismo e antipó. O hífen é aqui inteiramente dispensável. Não é necessário para nada, como também não é em antiacadémico, antibritânico, antifisiológico, antipolítica, antiviril, etc. O mesmo se dá com os prefixos arqui- e semi-.