A análise de todas estas frases (7) ultrapassa o âmbito de Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Não se trata de uma dúvida, mas de todo um trabalho. Assim, vou tentar orientá-la na análise da primeira frase, constituindo modelo para a das outras. Vou utilizar a nomenclatura tradicional portuguesa e a nomenclatura gramatical brasileira.
1. Quatro pontos prévios:
1.1. É preciso saber o que vai considerar como oração, visto haver diversas perspectivas a este respeito:
a) apenas se considerarem orações as construções gramaticais que contêm uma forma verbal em tempo finito;
b) além das da alínea anterior, considerarem-se também orações aquelas construções em que o verbo está no infinitivo com sujeito próprio;
c) considerarem-se ainda orações as que contêm o verbo em qualquer das formas nominais (infinitivo pessoal e impessoal, gerúndio e particípio).
1.1. Vou considerar como oração as que refiro na alínea b), excluindo, pois, os termos que contenham o verbo nas restantes formas nominais.
1.2. Por outro lado, quando se fala em análise sintáctica, é preciso clarificar o âmbito, natureza e profundidade do que se pretende:
a) apenas dividir o período em orações e classificá-las?;
b) referir e classificar os elementos constituintes de cada oração (os termos essenciais, integrantes e acessórios)?;
c) decompor cada um dos termos também nos seus constituintes?
1.1. A análise varia em função da profundidade do estudo em causa e do nível de ensino.
1. Quando iniciar a análise, em primeiro lugar, observe os verbos e as sequências entre vírgulas.
2. Esta primeira frase apenas tem um verbo em forma não nominal (fornece), e não há nenhum verbo no infinitivo pessoal. Estamos, pois, perante uma oração.
3. Poderá aqui fazer a tradicional pergunta “Quem fornece?”, obtendo como resposta o sujeito: “o Clube da árvore”.
4. O verbo fornecer é transitivo directo, sendo o seu complemento directo (objecto directo) “sementes e materiais educativos”.
5. Até aqui, vimos o fundamental da oração. Os termos essenciais (o predicado e o sujeito) e um termo integrante (o complemento directo).
6. Analisemos agora os dois termos isolados por vírgulas.
1.1. O primeiro, após o sujeito, é um aposto ou continuado do sujeito, pois acrescenta informação secundária a respeito do sujeito. É um termo acessório.
1.2. O segundo, após o predicado e seu complemento directo, é um complemento circunstancial (adjunto adverbial), pois indica uma circunstância referente ao facto expresso pelo verbo. Neste caso, podemos considerar que se trata de uma circunstância de fim (fornece sementes, etc., com o fim de incentivar), mas, também, do modo como o processo decorre (ao fornecer, está-se a incentivar...). Trata-se de um termo acessório.
1. Depois desta análise geral, podemos passar a uma análise mais fina, observando a função que cada elemento desempenha em relação à palavra ou expressão da qual depende. Por exemplo:
a) “de educação ambiental” é um complemento determinativo, complemento nominal de “programa”;
b) “ambiental” é um atributo, adjunto adnominal de “educação”;
c) “educativos” é atributo, adjunto adnominal de “materiais”;
d) “ligadas à preservação do meio ambiente” é atributo, adjunto adnominal de “actividades”;
e) “do meio ambiente” é um complemento determinativo, complemento nominal de “preservação”.
Se tiver dúvidas a respeito de algum termo, nesta ou em alguma das outras frases, estou ao dispor para a esclarecer.