Respondendo aos pontos obscuros que o consulente refere:
1. O plural Luíses não é uma excepção, porque segue o modelo do substantivo comum país, cujo plural é países. O conjunto formado por substantivos terminados em -ís, de acentuação aguda (oxítona), permite formar o plural.
2. O nomes terminados em -iz, como Beatriz, também podem ser flexionados no plural de acordo com o modelo dos substantivos comuns codorniz (> codornizes) e almofariz (> almofarizes) e do adjectivo feliz (> felizes). Já o caso de Félix não é tão claro: em princípio, deveria pluralizar como "Félices", tendo por modelo palavras como fénix e cálix, que formam respectivamente os plurais fénices e cálices; no entanto, é compreensível que os falantes evitem o plural por este ser raro e irregular.
3. O que diz poder depreender-se de um Pelourinho (aqui publicado em 7/01/2001) é com toda a probabilidade um lapso, que já está assinalado. Um nome ou dois nomes, tanto faz, pluralizam sempre: «a Maria Isabel» > «as Marias Isabéis».
4. Considerando o modelo de Luís, aos apelidos|sobrenomes Moniz, Queirós e Vaz deveriam corresponder respectivamente os plurais "Monizes", "Queiroses" e "Vazes". Acontece que Moniz e Vaz são apelidos|sobrenomes que têm origem em patronímicos e, por esta razão, não têm flexão de plural, tal como Fernandes ou Nunes («o Fernandes/Nunes»/«os Fernandes/Nunes»). Quanto a Queirós, trata-se de um apelido|sobrenome já com origem num plural (queirós, de queiró ou quiró, espécie de urze; cf. José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa), pelo que se dispensa a forma "Queiroses".
A respeito do plural de pares de apelidos|sobrenomes, estes também se pluralizam à semelhança dos primeiros nomes (prenomes). Não vejo, por isso, que seja legítima a regra do consulente segundo a qual «em havendo dois sobrenomes, somente o primeiro toma a forma plural». Este procedimento parece-me inconsistente, porque tal seria, por um lado, aplicar a regra portuguesa de pluralização ao primeiro nome e, por outro, seguir a regra francesa da não-flexão dos apelidos|sobrenomes em relação ao segundo.
5. Se os apelidos|sobrenomes são pares coordenados, concordo com a regra enunciada pelo consulente.
6. Também concordo com os plurais das sequências apresentadas.