Na Língua Latina, havia inicialmente dois géneros: animado e inanimado.
Com a evolução, a Língua Latina passou a três géneros: masculino, feminino e neutro.
Nas línguas novilatinas, o género masculino e o género feminino absorveram a maior parte das palavras de género neutro.
As gramáticas da Língua Portuguesa já não falam do género neutro. Apenas falam de palavras invariáveis, como por exemplo: isto, isso e aquilo, que pertenciam ao género neutro.
Curiosamente, muitos topónimos não têm género ou hesitam no género.
Os topónimos que não são acompanhados de artigo definido tendem normalmente para a concordância com o masculino. Como, aliás, acontece com os pronomes demonstrativos isto, isso, aquilo, que, embora invariáveis, concordam com o masculino. Exemplo: «Aquilo é bonito».
Deste modo, Timor e Portugal, embora sem artigo definido, são acompanhados de adjectivos do género masculino.
Há nomes de países cuja vogal final é a letra a. Colocamos normalmente no género feminino, com algumas excepções como o Gana, o Sri-Lanka, o Canadá.
Quando a letra final não é a, vemos que a tendência é para o masculino. Por isso, Israel, embora sem artigo definido, concorda com adjectivos do género masculino. Para reforçar esta escolha, note-se ainda que Israel é um nome próprio masculino.
Devido à grande interferência da Língua Inglesa, da Língua Francesa e da Língua Espanhola nos meios de comunicação social e ao trabalho apressado dos jornalistas e dos tradutores, todas as confusões são possíveis, nomeadamente o género dos nomes dos países ou das localidades.
Recordamo-nos de já ter lido, numa revista de Língua Inglesa, Israel ser referido no feminino singular. O que aliás está de acordo com uma regra da Língua Inglesa: «os nomes de países e de cidades podem personificar-se e, quando tal sucede, atribui-se-lhes o género feminino».
Lendo a frase «Israel diz-se pronta...», ficamos logo a prever que o texto original foi escrito na Língua Inglesa.
Em relação ao nome das localidades e às concordâncias de género, existe uma norma prática. Se o nome da localidade é simultaneamente um substantivo comum, então o nome da localidade tem o género desse substantivo comum.
Exemplos: «Vou ao Porto», «vivo na Guarda», «sou da Figueira da Foz», « fui à Foz do Arelho».
Se o nome da localidade não corresponde a um nome comum, então a tendência é para não atribuir género.
Na Galiza há vários locais com o nome de Faro porque esta palavra significa farol. A cidade de Faro, no Algarve, tem o seu nome ligado a uma família árabe que foi possuidora daquela região. Como não há ligação à palavra faro, como sinónimo de farol, esta cidade não fixou o género, mas a vogal final o ajuda para a concordância com os adjectivos no masculino.
De igual modo, Évora e Braga atraem os adjectivos femininos, pelo facto de os nomes destas localidades terminarem na letra a.