Muito obrigada, prezado consulente, pela achega ao tema em apreço. Assinalo, no entanto, que, deste lado do Atlântico, sobretudo em linguagem jurídica, o que se utiliza é constar de, ou constante de.
Assim, em Portugal, dir-se-á «Os dez artigos constantes da lei foram todos modificados». Isso não invalida, no entanto, que, como referi na resposta anterior, a utilização da preposição em não comece a surgir. Todavia, nos contextos em que surge, tem, essencialmente, sentido equivalente ao que têm as frases em que entra constar de e raramente é usada em textos jurídicos. Esta semelhança de sentido nos dois tipos de regência é apontada, por exemplo, por Celso Luft no seu Dicionário Prático de Regência Verbal e é corroborada pelo uso, se fizermos uma pesquisa em ‘corpora’.
Já agora aproveito para referir uma outra construção em que o verbo constar pode ocorrer, significando «saber-se». Efectivamente pode ser seguido de uma oração integrante introduzida pela conjunção que: «Consta que o trabalho está adiantado.» Não creio, no entanto, que esta última regência possa associar-se, como as duas anteriores, ao particípio presente constante.
N.E. – Sobre este tema, vide a resposta Constantes de/no + Textos Relacionados.