Adicto provém do vocábulo latino 'addictus', que significava escravo por dívidas.
No Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de António Morais da Silva, Ed. Confluência, existem dois registos:
Adicto 1 – adstrito, adjunto, submetido.
Adicto 2 – soldado romano que fazia parte da guarda das máquinas de guerra; pessoa que ficava em cativeiro e se adjudicava ao autor do processo quando o apreendido não tinha quem por ele oferecesse quantia suficiente.
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ed. do Círculo de Leitores, regista a palavra adicto como consumidor compulsivo.
A palavra inglesa "addiction" foi formada na base de "addict", que também tem por base a palavra latina 'addictus'. Como adição tem por étimo 'additio, additionis', diferente de 'addictus', justificar-se-ia a palavra "adicção" como sinónimo de toxicodependência.
Contrariando esta proposta da palavra "adicção", existem já registos na forma adição relacionada com a toxicodependência no citado Dicionário Houaiss e no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo.
Este último dicionário diz o seguinte:
Adição – Psicologia – «Compulsão apresentada por determinados indivíduos para repetir os mesmos comportamentos gratificantes, consumindo quantidades crescentes de drogas como tabaco, álcool, cocaína...»
Embora a palavra “adicção” tivesse razões para existir com grafia e pronúncia próprias, conseguiria permanecer para além da previsível concretização do Acordo Ortográfico?