Não é correcta a expressão reforma linguística - lingüística, no Brasil - para definir o que se pretende modificar na forma de escrever o português. O que os sete países de língua portuguesa assinaram foi um acordo ortográfico, que não unifica, mas consagra algumas diversidades. São exemplos dessa diversidade as palavras facto e fato (em Portugal apenas um traje e que no Brasil não tem esse significado), que não vão ser modificadas. Também não serão unificadas divergências na acentuação, em palavras como género (gênero no Brasil) ou cocó (cocô, no Brasil). Segundo o acordo, a unificação deverá ocorrer nas palavras que têm duas grafias e apenas uma forma de dizer - não se pronuncia o «c» de acto (ato, no Brasil).
Actualmente, apenas três países ratificaram o acordo, Portugal, Brasil e Cabo Verde. Falta ainda que os parlamentos dos outros quatro o ratifiquem para que comece a contar o prazo para a sua entrada em vigor. Não há perspectivas de que isso possa acontecer dentro de pouco tempo.
Quanto à segunda pergunta, não existe uma variante mais correcta do que a outra. São duas evoluções que ocorreram em separado, especialmente na forma de falar - e que originaram diferenças na ortografia. Para o utilizador, o importante é a coerência: se começar com a grafia em uso de um lado do Atlântico, deve sempre manter-se desse lado do oceano.