Penso que a pergunta do consulente se refere ao uso dos verbos que ocorrem na oração apresentada. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa atribui três acepções ao verbo cassar: 1 – «Impedir que produza efeitos; anular, revogar (direitos políticos, mandatos, licenças etc.) Ex.: "a junta militar cassou o deputado"; "a prefeitura cassou a licença dos bares em áreas residenciais".» 2 – «Privar de, apreender, recolher (documentos, publicações etc.) Ex.: “as autoridades cassaram o jornal dominical”; “o presidente da mesa cassou a palavra ao orador”.» 3 – «antigo: romper, quebrar; Ex.: “c. as amarras”.» O uso de cassar com acreditações, no sentido de «licenças», «certificados», está correcto à luz da acepção 1. Quanto a arrogar, trata-se de um verbo (idem): – transitivo directo [selecciona um complemento directo]: «aquele país arrogava uma liderança continental»; – bitransitivo [complemento directo e indirecto] e: «arrogava a si [c.indirecto] o direito de supremacia [c.directo]»; – pronominal e transitivo directo: «arrogava-se (pronome) o privilégio de liderar o grupo [c. directo]» Na oração em causa, o verbo arrogar é utilizado pronominalmente – o que está correcto–, mas selecciona o complemento preposicional «ao direito de...» – incorrecto. A frase deverá, portanto, ter a seguinte forma, com complemento directo (a negro, sem preposição): «... mas a FPF nunca se arrogou o direito de cassar as acreditações.»