DÚVIDAS

A regra da tradução de nomes próprios

Sei que há quase um século os nomes próprios de autores deixaram de ser traduzidos. Hoje causará alguma estranheza alguém utilizar a tradução Carlos Marx, no lugar de Karl Marx, por exemplo.
Contudo, aprendi que os nomes próprios de santos, papas, imperadores, reis e membros da realeza devem ser traduzidos.
Assim, Hadrianus se traduzirá Adriano, Wilhelm por Guilherme, Elizabeth por Isabel, etc.
A minha questão é a seguinte, este costume de traduzir os nomes próprios deste tipo de personalidades é uma regra ou apenas um uso?
É correcto escrever Elizabeth II de Inglaterra ou São Thomas More?

Resposta

A tradução de nomes próprios não é um uso, mas sim uma regra. É o que nos ensina o Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa do doutor Rebelo Gonçalves. E não é apenas o nome próprio que deve ser traduzido, mas também o apelido, se houver tradução. Aqui vão alguns exemplos da referida obra:
a) Cleynaerts (latim Clenardus, Clenardo) – Nicolau Clenardo, que, como sabemos, foi humanista flamengo.
b) Kopernik (latim Copernicus, Copérnico) – Nicolau Copérnico, astrónomo polaco.
c) Linnaeus ou Linné (latim Linnaeus, Lineu) – Carlos Lineu, que foi naturalista sueco. Primeiramente adoptou o apelido Linnaeus e só em 1757 passou a adoptar o de Linné.

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