Em primeiro lugar, a expressão em causa, para ser correcta, deve escrever-se «sem quê nem para quê», conforme está registada no Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, de Emanuel de Moura Correia e Persília de Melim Teixeira, edição da Papiro Editora; quer dizer «sem motivos; à toa». O dicionário ainda acolhe a variante «sem mais quê nem para, pra quê», com o significado de «à toa».
Quanto à forma de frase, é de salientar que a sequência em questão não tem verbo; portanto, sem contexto, pode ser discutível considerá-la sequer uma frase. No entanto, se pensarmos que há um verbo subentendido, por exemplo, vir, obtêm-se:
«E agora [vem] aquele cansaço sem quê nem porquê.»
Tradicionalmente, visto se empregar o verbo afirmativamente, diz-se que a frase está na forma afirmativa. Contudo, esta classificação revela-se pouco adequada, quando se verifica que, apesar de o verbo não se encontrar negado, ocorre a negação de dois sintagmas («sem quê nem porquê») (ver Tipos e formas de frase). É por isso que propostas mais recentes, como a da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário — TLEBS (versão revista) não contemplam o conceito de forma de frase.