Deonísio da Silva, em A Vida Íntima das Palavras, diz-nos que cabala vem «do hebraico “qabbalah”, conjunto de ensinamentos filosóficos e religiosos cultivados na tradição judaica, segundo os quais há uma ordem oculta dirigindo o mundo, cuja decifração pode ser obtida com a leitura da Bíblia, já que suas letras e números teriam um simbolismo próprio. A partir de 1670, designou também um ministério inglês, porque as iniciais dos sobrenomes dos ministros – Clifford, Aschley, Buckingham, Arlington, Landerdale – formavam esta palavra.»
O sentido em que a palavra tem sido ultimamente utilizada em Portugal é o seu sentido figurado («maquinação; intriga; conluio»), como se houvesse «uma ordem oculta dirigindo» as mediáticas detenções relacionadas com o chamado "escândalo da pedofilia".