Pedro de Sintra (ou Cintra, na grafia antiga) é, de facto, identificado como o descobridor da Serra Leoa em 1461 ou 1462, mas, segundo as fontes consultadas, o batismo não foi motivado pela forma da serra. Há duas explicações toponomásticas apresentadas por navegadores envolvidos nos Descobrimentos portugueses – um italiano, Luís de Cadamosto (1432-1488), e outro português, Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) – que aludem a outras características comuns à serra e à leoa:
– Na obra intitulada Navegação do Capitão Pedro de Cintra, portuguez, escrita por messer Luiz de Cadamosto pode ler-se: «à dita montanha [puseram o nome] de Serra Leôa, e isto pelo grande rugido, que de continuo alli se sente por causa das trovoadas, que ha no seu cume, o qual está sempre cercado de nuvens» (in Collecção de Noticias para a Historia e Geografia das Nações Ultramarinas, que vivem nos Dominios Portuguezes, ou lhes são visinhas, publicada pela Academia Real das Sciencias, Academia Real das Ciências, 1812 tomo II, p. 76);
– Por outro lado, Duarte Pacheco Pereira, na sua obra Esmeraldo de Situ Orbis, escreve: «muytos cuidam que este nome de serra lyoa lhe foy posto por aqui hauer Lyoões, & isto he falso por que Pero de Sintra hum cavalleiro do Infante Dom Anrique que per seu mandado esta terra descobrio por ver huma terra tam aspera e braua lhe poz nome Lyoa & nom per outra causa & isto se nom deue duuidar por que he verdade; por que elle me disse assim» (Imprensa Nacional, 1892, p. 57).
Na minha opinião, é difícil desvalorizar uma tão enfática afirmação de conhecimento de causa.