A expressão correcta é «sopa no mel», porque sopa significa aqui «bocado de pão que se ensopa».
«Cair como (a) sopa no mel» diz-se daquilo que acontece da forma mais conveniente e no momento mais propício; chegar a propósito. O mesmo que «calhar como/que nem ginjas». [In Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas de António Nogueira Santos, Edições Sá da Costa, Lisboa]
«Cair que nem sopa no mel»: acontecer como se desejava. «Caiu-lhe a sopa no mel»: sucedeu-lhe a seu gosto, como desejava. [in Dicionário Prático de Locuções e Expressões Peculiares da Língua Portuguesa, de A. Martins Barata, ed. Livraria Apostolado da Imprensa, Braga.]
Reinaldo Pimenta dá a seguinte explicação no seu livro A Casa da Mãe Joana – Curiosidades nas Origens das Palavras, Frases e Marcas (Editora Campus, Rio de Janeiro):
«Sopa no mel. É alguma coisa que vem a calhar, que é muito conveniente. Mas quando é que a sopa no mel deixa de ser uma grande e repugnante lambança e vira algo apropriado?
A palavra sopa vem do germânico "suppa", pedaço de pão embebido num líquido, sentido, pouco usual, com que existe também em português. Daí o verbo ensopar, embeber em líquido. (Quando uma pessoa volta de uma caminhada sob um temporal e diz que está ensopada, todo o mundo entende que ela está muito molhada. Ninguém pensa que ela escapou de morrer afogada numa tigela de sopa.)
Depois é que a palavra sopa passou a designar o caldo em que se punham pedaços de pão e outros ingredientes. O sentido se ampliou para qualquer caldo de carne, massa, legumes ou outras substâncias, muito raramente com os pedaçosde pão que apareciam nas primeiras sopas.
Na expressão sopa no mel, sopa é o pedaço de pão embebido em água fervida com carnes e legumes. Mergulhado no mel, ele ganharia ainda mais sabor e teor nutritivo.»