DÚVIDAS

A expressão «rato de biblioteca»

Importuno-vos mais uma vez com uma pergunta sobre hífenes.

Julgo que deverá escrever-se "rato-de-biblioteca" (referindo-se a uma pessoa que passa a vida nas bibliotecas). Estou correcto?

Desde já, obrigado.

Resposta

Começo por lhe dizer que nunca nos importuna; estamos aqui para responder às dúvidas de língua portuguesa da melhor forma possível.

A expressão relativamente conhecida «rato de biblioteca» aparece sem hífenes nas obras consultadas. Assim, por exemplo, o Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, edição da Editorial Notícias, regista «rato de biblioteca» («pessoa que anda sempre em volta dos livros; que frequenta muito as bibliotecas»), bem como «rato de sacristia» («falso religioso; beato»), «rato de cadeia» («advogado que visita frequentemente os presos»), «rato de cemitério («gatuno de cemitérios»), etc.1

O Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, não acolhe «rato de biblioteca», mas regista «rato de sacristia».

O Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, de Emanuel de Moura Correia e Persília de Melim Teixeira, edição da Papiro Editora, também regista «rato de sacristia» e, ainda, «rato de armário».

1 O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, também regista a expressão sem hífenes, no verbete da entrada rato. Mesmo no âmbito de aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, a expressão continua a dispensar hifenização (ver Base XV, 6.º).

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