A Bios / BIOS, no feminino, é como se lê no Dicionário de Termos Informáticos da SporPress (1997). Portanto, está bem acompanhado, e parece-me que a preferência deste género se deve a subentender-se a palavra sigla, igualmente feminina.
Siglas: género do significado vs. uso corrente.
Embora por regra o género de uma sigla deva ser o do respectivo significado, há casos em que o uso comum contraria esta circunstância.
Concretamente, preocupa-me actualmente o caso do termo BIOS (Basic Input/Output System).
É certo que se deveria dizer "o BIOS". Contudo, tal não sucede: nos meios técnicos, o mais corrente é ouvir e dizer "a BIOS" (vá-se lá saber porquê: intuições da língua).
Ora, nos textos técnicos, a utilização de "o BIOS" resulta numa sensação de desconforto em quem lê e – pior – de desconfiança relativamente ao autor ou tradutor dos textos (pela lógica de que quem se exprime de fora, estranha ao meio, normalmente tem menos conhecimentos). Contudo, a utilização de "a BIOS" pode minar a reputação, quanto às capacidades linguísticas, de quem defende esta utilização.
Em termos de linguística, há argumentos de defesa de "a BIOS" mais sólidos do que "gramaticalmente pode não ser correcto, mas para os leitores é"?
A Bios / BIOS, no feminino, é como se lê no Dicionário de Termos Informáticos da SporPress (1997). Portanto, está bem acompanhado, e parece-me que a preferência deste género se deve a subentender-se a palavra sigla, igualmente feminina.
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