O conceito de adequação discursiva não foi alterado pela nova terminologia. Se alterações há, e estou certa de que há muitas, devem-se a outros factores que não a terminologia.
Assumindo que, de uma forma global e simplista, discurso é todo o enunciado que um falante produz em situação de comunicação, ou seja, quando está a falar com alguém ou a comunicar através de outro canal (carta, Internet, requerimento, etc.), a adequação corresponde à escolha das palavras apropriadas face à situação concreta que o falante está a viver, tendo em conta a relação social que existe entre ele e o seu interlocutor, bem como o objectivo da comunicação.
Adequação discursiva é não dar os parabéns a um amigo que perdeu um familiar. Adequação discursiva é não usar vocabulário característico de um grupo de jovens («Tá bem, meu», etc.), quando se fala com um superior hierárquico, etc., etc., etc.
As formas de tratamento são expressões a que se recorre em situação de comunicação, sempre como o objectivo de assinalar o tipo de relação que se estabelece entre os interlocutores: tu; o senhor, vossemecê (a cair em desuso), você (sentido por muita gente como inadequado, em Portugal), etc. A par destas formas gerais, há outras que incluem menção distintiva que pode ser honorífica («senhor Presidente»; «senhor Ministro»); nobiliárquica («sua Majestade»; «sua Alteza»), eclesiástica («monsenhor», «sua eminência»), académica («Dr. Doutor», «Professor Doutor») etc.