DÚVIDAS

Homofonia das terminações de 3.ª pessoa do plural dos pretéritos perfeito e mais-que-perfeito
1.° caso — Mandaram 3.ª pessoa, plural do pretérito mais-que-perfeito do indicativo 2.º caso — Mandaram 3.ª pessoa, plural do pretérito perfeito do indicativo. A pergunta é: Podemos dizer que no 1.° caso a desinência de número-pessoal é apenas o M, já que RA é desinência modo-temporal do pretérito mais-que-perfeito do indicativo, e que no 2.° caso RAM é desinência de número-pessoal, já que não se repete nas outras pessoas do pretérito perfeito do indicativo. Certo ou errado?
O particípio passado do verbo abrir
Recentemente, tive dúvidas relativamente ao uso do(s) particípio(s) passado(s) do verbo abrir, pelo que consultei uma gramática da Porto Editora, na qual se dizia que os particípios regular e irregular — abrido e aberto — deviam ser usados, respectivamente, com os auxiliares ter/haver e ser/estar. No entanto, no vosso site, deparei-me com informação contrária. Segundo a dra. Conceição Saraiva, o verbo abrir tem apenas um particípio passado — aberto. O particípio passado abrido está, de facto, errado? Ou simplesmente está a cair em desuso? Obrigada!
A regência de gostar numa oração relativa
É comum ouvir em certos anúncios publicitários do Brasil a seguinte oração: «Dê um presente a quem você gosta.» Creio haver aqui um problema, uma vez que não se deu atenção à regência do verbo gostar, o qual pede a preposição de. Se quisermos construir gramaticalmente, teremos de usar a preposição supramencionada. Penso que a forma limpa de qualquer senão sintático é esta: «Dê um presente à pessoa de que (ou de quem) você gosta.» Estou certo? Muito agradecido!
Ainda os prefixos pré- e pre- e o hífen
Sempre ouvi dizer «pré-definições/pré-definido», em contexto informático, por exemplo, até há relativamente pouco tempo, em que passei a ver e a ouvir «predefinição/predefinido». Pesquisando a vossa página, e remetendo-me aos seguintes artigos, fica a sensação de que ambas as formas são aceites. Pensando eu que a forma «predefinido» se tratava de uma «modernice», fiquei admirado por ver a mesma constar numa edição de 1988 do Dicionário Lello Universal. A minha dúvida prende-se com a razão por que, sendo ambas as formas válidas, se está cada vez mais a adoptar a forma «pre» em detrimento da forma «pré-», visto que a segunda até é mais esclarecedora quanto ao significado da palavra. Digamos que, para esclarecer o meu ponto de vista, esta dúvida me deixa «preocupado», e não «pré-ocupado», sendo que, neste exemplo concreto, a forma «pre» suscitaria dúvidas relativamente à interpretação do termo, ao passo que a forma «pré-» seria clara. É claro que o exemplo dado é meramente fictício, mas estou certo de que existirão termos não fictícios onde nos poderemos deparar com esta questão. Logo, ainda que «pré-» possa retirar alguma versatilidade à língua, haveria algum problema em contrariar a tendência natural da evolução para «pre» por forma a tornar o discurso mais claro? Segunda dúvida: com a adopção do Acordo Ortográfico, considerando a supressão do hífen em certas palavras compostas, a eliminação do H em início de palavra e a tendência para usar mais «pre» em vez de «pré-», irá «Pré-História» passar a ser escrito «preistória»? Agradeço desde já a vossa ajuda e felicito-vos pelo extenso trabalho de pesquisa que fazem para responder a todas as nossas dúvidas.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa