Pergunta:
Qual a diferença entre cópia, falsificação, imitação e contrafação?
Porque é que dizemos que um CD é uma cópia deste, mas uma jóia é uma falsificação? Porquê que dizemos roupa de contrafação e não de imitação? A atribuição destes nomes depende do objecto que identificam?
Resposta:
As palavras que o consulente apresenta fazem parte do mesmo campo lexical e, por isso, permitem ao falante optar por uma ou outra com vista a realçar um traço semântico do enunciado.
Começando pelo termo com um escopo mais alargado, imitação é a «reprodução, o mais exato possível, de algo». O termo é usado na filosofia, nas artes, na literatura, na música, nas ciências naturais, sociais e económicas, etc. Também com um sentido mais alargado temos cópia, definida como «reprodução de um original (texto, gravura, filme, fita etc.) obtida por meio de qualquer processo de impressão, de reprografia, de gravação fonográfica, de fotografia etc.» (Dicionário Houaiss).
A distinção entre imitação e cópia pode ser, por si só, um debate, e no caso em questão não parece ser relevante ir além da noção tradicional (platónica) de que a imitação é um processo de reprodução menos exato do que a cópia (sobre este particular assunto, veja-se o uso dos dois termos nestes artigos sobre a filosofia de Platão: O Estatuto Ontológico da Imagem no Sofista de Platão e Mimesis e Personagem Dramática). Por isso, dizemos «Fiz uma cópia do CD» e não «Fiz uma imitação do CD». Aquilo que deveremos ter em conta é que as duas palavras não têm traços semânticos como [+ ilegal], por exemplo, e apenas o contexto do enunciado distinguirá uma cópia ilegal de um CD de uma cópia legal de uso pessoal.
Ao usarmos a palavra <...