Pergunta:
A "antiga" oração principal deixou de aparecer nas gramáticas modernas, que apoiam o estudo das nossas crianças. Assim, há frases complexas em que só existe coordenação; todas as orações são coordenadas, certo? Assim, há frases complexas em que só existe subordinação: há uma subordinante e as outras são subordinadas, certo? Mas a subordinação e a coordenação não deixaram de coexistir na realidade da nossa língua....e aí as coisas estão bem complicadas, já que estes exemplos não figuram nas gramáticas mais comuns.
Se nos detivermos a analisar essas frases, verificamos que há coordenadas às subordinantes e coordenadas às subordinadas...É correcto ensinar isto às crianças? É correcto induzi-las na ilusão de não existirem estas situações?
Nas orações coordenadas ainda se põe outro problema: exceptuando o caso das copulativas, não é lógico classificarem-se duas orações através de uma conjunção que confere um determinado sentido apenas à oração que inicia e não à outra, como por exemplo no caso das adversativas. Estou errada?
Resposta:
1. – Não é verdade que a designação de oração principal deixou de aparecer nas gramáticas modernas. Encontra-se, por exemplo, na pág. 172 da «Gramática de Português» de José M. de Castro Pinto, 1994:
Os músicos agradeceram, quando foram aplaudidos.
2. – Sempre houve frases complexas em que só existe coordenação. Se alguém ensinou que tal não existia, errou. Aqui vai uma frase, cujas orações são, e sempre foram, coordenadas entre si:
A mãe ficou em casa e o pai foi passear.
3. – Também há frases, e sempre houve, em que há subordinação e não há coordenação:
Não saio de casa, porque está a chover.
A gramática citada ensina isto – e outras.
Quanto às outras dúvidas apresentadas pela nossa prezada consulente Madalena, é necessário que venham acompanhadas de frases exemplificativas para que a resposta seja inteiramente adequada.
Teremos, então, muito prazer em responder.