Está dicionarizada, por exemplo, a palavra inimaginável, e esta derivada do verbo imaginar.
Mas como poderemos formar «inimaginado», com o feminino do plural «inimaginadas», se não há o verbo «inimaginar»? Se houvesse, sim, o particípio passado seria inimaginado/a/os/as.
A mim parece que «inimaginado» (ou «inimaginadas», claro), é sinónimo perfeito da expressão não imaginado, porque o prefixo in- significa negação, tal como o advérbio não que, em não imaginado, funciona, quanto ao significado, como se fosse o prefixo in-. Além disto, o advérbio não imprime, parece, intensidade mais forte do que o prefixo in-. Quanto à subtileza de inimaginado, ou inimaginadas... é uma questão mais de sensibilidade, que varia de pessoa para pessoa.
Mais ainda: «inimaginadas» não significa nunca imaginadas, porque o advérbio nunca significa negação, mas no que respeita ao tempo, ao passo que o prefixo in- significa apenas negação, tal como o advérbio não. O prefixo in- nada tem que ver com o tempo. O que me parece é que não imaginadas e inimaginadas são sinónimos perfeitos ou, pelo menos, mais ou menos perfeitos. Ora as línguas são bastante avessas aos sinónimos perfeitos, porque podem causar confusão.
Por tudo isto, o que me parece é que é preferível pôr-se de lado o particípio passado (de que verbo?) inimaginado/a/os/as. Não é necessário. E o que não é necessário pode confundir.
Obs. – Peço desculpa da observação que vou fazer. Termina a sua consulta do seguinte modo: «Desde minha casa em Viseu». Esta maneira de dizer é espanholismo. Os espanhóis é que dizem desde em casos como este. Nós dizemos de: «Da minha casa em Viseu».