José Mário Costa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Mário Costa
José Mário Costa
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Jornalista português, cofundador (com João Carreira Bom) e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Autor do programa televisivo Cuidado com a Língua!, cuja primeira série se encontra recolhida em livro, em colaboração com a professora Maria Regina Rocha. Ver mais aquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pelo autor

Correm pelas salas de cinema portuguesas — de cinema e na TV, já agora — traduções e legendagens bem piores. Ao menos, neste filme1, que se tenha reparado, não há os “houveram” nem os “puderam haver” tão habituais no meio.

Mas há, tinha de haver, a redundância da moda do há anos “atrás”. Por várias vezes.

Por várias vezes também, aparece com duplo hífen (!) a 1.ª pessoa do plural de verbos na conjugação pronominal, tipo “faça-mo-nos”, “fala-mo-nos”, etc.

Traduções a martelo

Pelos exemplos assinalados abaixo, se há guerra é ao português. E a pirataria, está visto, é de quem faz traduções assim a martelo, à boleia da Internet.

 

A pirataria continua a ser o pão nosso de cada dia no mundo da Internet, dividindo duas opiniões distintas sobre ela e alimentando sucessivas batalhas no combate à actividade que é copiar ilegalmente.

<b>A</b>correr à <b>o</b>corrência

2007-05-03 - 02:00:00

IC17: Colisão mata mulher e fere três

Uma mulher de 26 anos morreu ontem numa colisão entre cinco veículos no IC17, perto do Odivelas Parque.

O acidente, que fez mais três feridos graves, deu-se por volta das 16h00. Ocorreram ao local os Bombeiros Voluntários da Amadora, com cinco veículos e 13 elementos.

 

Pina Moura (mal) refogado

Nenhum reparo ao conteúdo do artigo1 que se transcreve a seguir; muito pelo contrário. Só foi pena Pina Moura ter ficado tão mal refogado2

1in Diário de Notícias de  24 de Abril de 2007

2 do particípio passado do verbo refogar [re + fogo + sufixo -ar] de refugar [«pôr de lado»; do latim refugare, «pôr em fuga»]

 

SIM, ESCOLHER PINA MOURA É UMA POUCA-VERGONHA

João Miguel Tavares

Jornalista

<i>De encontro a</i> ≠ <i>ao encontro de</i>

Mais uma confusão no emprego do «ir de encontro a» e do «ir ao encontro de»:

«O que não vem entre aspas faz parte do texto do jornalista. E este tem liberdade de escrever como bem entender, desde que respeite as normas jornalísticas e vá de encontro ao sentido do texto que está a escrever. O que aconteceu neste caso.»

(...)