Pergunta:
[Gostaria de fazer um pergunta sobre o] verbo adir, especialmente na 3.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo, tendo em consideração o seguinte enquadramento:
Por um lado, o Dicionário de Verbos Portugueses da Porto Editora diz-nos que o verbo adir é um verbo transitivo e a sua conjugação não tem qualquer restrição. Apresenta como paradigma, para a sua conjugação, o verbo invadir, o qual se conjuga em todas as suas formas verbais, sem quaisquer restrições. Nesta via, a 3.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo do verbo adir será adam.
Porém, por outro lado, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa diz-nos que o verbo adir é um verbo defectivo e que se usa unicamente nas formas em que o i se segue ao radical. Assim sendo, este verbo não se flexiona na 3.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo, porque, neste caso como noutras situações, não existe nenhum i a seguir ao radical. Donde, parece de concluir que a palavra adam será uma forma espúria para a 3.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo. Este entendimento do Dicionário Houaiss é acompanhado pelo Dicionário Priberam da Língua Portuguesa e, ainda, por um auxiliar que existe na "net" com o nome “Conjuga-me.NET”, aos quais recorro com frequência.
Em face do exposto, gostaria muito de conhecer o [vosso] douto parecer sobre este assunto.
Antecipadamente grato.
Resposta:
É a todos os níveis louvável a preocupação demonstrada pelo consulente, bem como a forma sistemática como aborda a questão. O verbo em análise é considerado defectivo, como colorir, emolir, empedernir, extorquir, falir, florir, retorquir, etc. Apresenta dois significados: «acrescentar»; «tomar posse (herança)».
Acrescentando mais uma referência válida, o Portal da Língua Portuguesa, do ILTEC, apresenta a conjugação defectiva deste verbo, sem formas do presente do conjuntivo, com apenas a forma imperativa para o plural (adi) e apenas duas formas para o presente do indicativo (adimos e adis), dando razão ao consulente.
No entanto, especulando um pouco, dada a aproximidade com o verbo do inglês (add), e dado o nosso deslumbramento com os anglicismos, não será de espantar o uso cada vez mais frequente de formas como a que motivou o lançamento desta questão.