O Conselho Económico e Social (CES), órgão constitucional de consulta e concertação social Portugal, publicou um manual que, como o título antecipa, é um guia de linguagem inclusiva. Aprovado no dia 20 de maio de 2021, o documento tem como mote sugerir e exemplificar alternativas à linguagem comum mais marcada por atitudes discriminatórias, por forma a torná-la mais neutra e inclusiva.
O Manual da Linguagem Inclusiva propõe soluções facilitadoras da comunicação institucional do CES, inspirando-se em orientações normativas nacionais e internacionais quanto ao uso de uma linguagem inclusiva e promotora da igual visibilidade e simetria de mulheres e homens. A verdade é que um grande números de línguas, entre as quais o português não é exceção, usa quase exclusivamente o género gramatical masculino para designar um conjunto de homens e mulheres, ainda que existam palavras com a morfologia do género feminino. Aceita-se, pois, que, tomando a parte pelo todo, o género masculino é a forma universal de referência aos dois géneros.
Neste contexto, o manual recomenda a neutralização do masculino plural com valor genérico através do nome coletivo, sobrecomum ou comum de dois. Por exemplo, em vez de «os jovens», deverá empregar-se «(a) juventude», «a população jovem» ou «as pessoas jovens» (p. 9); em lugar de «o candidato pode enviar o formulário», em que o s...