Ana Maria Katemo Ucuahamba - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Ana Maria Katemo Ucuahamba
Ana Maria Katemo Ucuahamba
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Licenciada (2017) em ensino do Português e Línguas Nacionais pelo Instituto Superior politécnico Jean Piaget de Benguela (ISPJPB), onde passou depois também a lecionar. Professora efetiva do Ministério da Educação de Angola desde 20212 e docente no Instituto Médio de Ciências Religiosas de Angola, em Benguela. Membro do Núcleo de Estudos de Línguas e Culturas (NELiC), do ISPJPB), onde exerce as funções de investigadora-colaboradora em língua e cultura umbundu.

 
Textos publicados pelo autor
Do Desprezo ao Apreço do Nome
Estudo Etnolinguístico da Antroponímia Umbundu
Por Bonifácio Tchimboto, Ana Maria Katemo Ucuahamba

Um livro que faz o diagnóstico do estado, em Angola, da antroponímia com origem no umbundo* e apela à conservação desta língua falada na região de Benguela e noutras áreas. Tal é o propósito da sua publicação, como declaram os autores, Bonifácio Tchimboto e Ana Maria Katemo Ucuahamba, eles próprios portadores de nomes umbundos: «[...] [A]chamos ser nossa missão académica contribuir para um resgate, ou seja, procurar caminhos para salvar e tirar o nome umbundu da prisão de depreciação e devolvê-lo ao espaço linguístico e cultural hoje usurpado por nomes peregrinos» (Do Desprezo ao Apreço do Nome, 2019, pp. 7/8).

Nas 136 páginas do livro, desfila uma série de informações e observações bem condensadas e documentadas que, de maneira incisiva, guiam o leitor no contacto com um património linguístico em erosão acelerada: a antroponímia tradicional dos Ovimbundos, etnia predominante na região benguelense, cuja história cultural entronca no grande caudal de práticas rituais da África pré-colonial. Não sendo a descrição sistemática das estruturas do umbundo uma preocupação dos autores, são mencionados alguns traços característicos desta língua, de modo a permitir avaliar o grau de distorção que o contacto com o português, ao longo de mais de 500 anos, acarretou no reportório onomástico das diferentes regiões de Angola, em particular, em Benguela.

Três são os capítulos por que a obra se reparte. No primeiro, define-se o campo dos estudos dos nomes próprios (onomástica), orientando-se a exposição para as características mais marcantes do sistema de atribuição de antropónimos nas culturas das línguas bantas. Neste contexto, salienta-se o nome sando (pp. 32-38), uma instituição o...