A escritora brasileira Lygia Fagundes Telles é a vencedora do Prémio Camões 2005, o mais importante galardão literário de língua portuguesa.
Lygia Fagundes Telles, nascida em 1923 em São Paulo, escreveu 16 contos, entre eles Invenção e Memória (2000) – que mereceu o Prêmio Jabuti), e os romances Ciranda de Pedra (1954), Verão no aquário (1963), As meninas (1973) e As Horas Nuas (1989). Foi a terceira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
O júri da 17.ª edição do galardão foi composto pelos escritores António Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).
O Prémio Camões, no valor de cem mil euros, foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e visa distinguir, anualmente, um escritor cuja obra tenha contribuído para o enriquecimento dos patrimó[ô]nios cultural e literário em português.
A vencedora no ano transacto foi a portuguesa Agustina Bessa-Luís. Os escritores anteriormente premiados foram o português Miguel Torga (1989), o brasileiro João Cabral de Melo Neto (1990), o moçambicano José Craveirinha (1991), o português Vergílio Ferreira (1992), seguindo-se depois os brasileiros Rachel Queiroz (1993) e Jorge Amado (1994); em 1995 e 1996 foram os portugueses José Saramago e Eduardo Lourenço; em 1997 foi a vez do angolano Pepetela e em 1998 a do brasileiro António Cândido de Mello e Souza; a portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen venceu em 1999; em 2000 a distinção foi para o brasileiro Autran Dourado; em 2001 para o português Eugénio de Andrade e, nos anos seguintes, para a portuguesa Maria Velho da Costa (2002) e para o brasileiro Rubem Fonseca (2003).