Cada uma destas oito palavras carrega uma história, um segredo. Atrás das sílabas que usamos atualmente todos os dias, vários visionários anteciparam termos e respetivos conceitos que viriam a ser generalizados na linguagem e pensamento das gerações futuras.
in BBC Culture, de 25 de junho de 2017
- Burocracia. Palavra criada pelo economista gaulês Jean Claude Marie Vincent de Gournay, em 1918, a partir do francês bureau («mesa») + o sufixo grego cracia («o poder de»). Ou seja, aquilo que já altura sufocava a sociedade.
- Chilrear. Em inglês twitter. Ou twiterith, no sentido de «gorjeio» de um pássaro, grafado pela pela primeira vez pelo poeta inglês Geoffrey Chaucer, na tradução que fez do livro A Consolação da Filosofia (ed.1485), escrito pelo filósofo, poeta e teólogo romano Boécio por volta do ano d.C. 524
- Fotografia. O vocábulo, propriamente, foi usada pela primeira vez pelo astrónomo inglês John Herschel em 1839. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao inventor francês Joseph Nicéphore Niépce, sendo que a técnica de criar imagens por exposição luminosa numa superfície fotossensível não se deve a um só autor, mas a diversas descobertas ao longo do tempo.
- Intelectualizar. Verbo com origem no intelectualise («intelectualizar» em português, ou seja, «elevar à categoria de coisas intelectuais), tal como visualizar, é uma criação do poeta romântico inglês Samuel Taylor Coleridge (1772 –1834)
- Panorama. A palavra (que significa literalmente «que tudo vê») terá entrado no léxico mundial por volta de 1789, a propósito da queda da Bastilha, em Paris.
- Serendipidade. Formado do serendipity («coisa descoberta por acaso»), o termo foi escrito pela primeira vez pelo aristocrata e romancista inglês Horace Walpole (1717–1797) – inspirado no conto de fadas As Três Princesas de Serendip, cujas protagonistas «estavam sempre a fazer descobertas, por acaso e sagacidade.»
- Twitter. Outra das mais de 2000 palavras com autoria creditada ao poeta medieval Geoffrey Chaucer.
- Visualizar. Do inglês envision («vislumbrar»), foi também Samuel Taylor Coleridge quem criou a palavra no poema A Balada do Velho Marinheiro, em alusão a «algo que não se vê».
Peça transcrita, com a devida vénia, da BBC Culture, datada de 25 de junho de 2017