A comissão parlamentar de Educação vai ouvir na próxima terça-feira [dia 10/07/2012] alguns membros do Ciberdúvidas, uma plataforma digital que responde a dúvidas de língua portuguesa, abrangendo os vários países da lusofonia, e que tem neste momento parte da actividade suspensa, por falta de financiamento.
De acordo com o jornalista José Mário Costa, um dos impulsionadores do projecto, que este ano completou 15 anos de actividade, o Ciberdúvidas está actualmente em risco, depois da saída dos CTT, [que era] um dos patrocinadores [o outro patrocinador é a Fundação Vodafone Portugal]. "Estamos endividados, não temos já capacidade para manter o Ciberdúvidas", afirmou o jornalista ao i, acrescentando que já não tem neste momento "condições para remunerar as três ou quatro pessoas" que garantem o funcionamento do projecto. Assim, "as cerca de 100 perguntas que o Ciberdúvidas recebe por dia" têm ficado sem resposta.
"Se não conseguirmos uma resposta positiva de uma entidade pública ou privada, o Ciberdúvidas está em risco", diz José Mário Costa, sublinhando que em causa está um valor de cerca de 2 mil euros mensais, em custos de manutenção do projecto. "Estamos a falar de valores residuais", sublinha o jornalista, acrescentando que nem por isso obteve resposta positiva quer de entidades públicas – "bati a todas as portas" – quer de empresas privadas.
José Ribeiro e Castro, deputado centrista que preside à comissão parlamentar de Educação, diz esperar que a audição com os deputados possa contribuir, através dos partidos, para a resolução da questão.
O Ciberdúvidas surgiu em 1997, por iniciativa de José Mário Costa e de João Carreira Bom, também jornalista, já falecido.
Notícia publicada no jornal i de 7 de julho de 2012. Respeitou-se a ortografia de 1945, seguida ainda pelo diário português.