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Crónica de D. Afonso V de Rui Pina

Thomas Earle

Crónica de D. Afonso V de Rui Pina
Autor(es) Thomas F. Earle
Edição Imprensa da Universidade de Coimbra , 2024

Com a chancela da Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC), surge esta nova edição da Crónica de D. Afonso V de Rui de Pina (1440-1522), cronista-mor do reino e guardador da Torre do Tombo. A publicação, disponibilizada quer em livro impresso quer em formato digital, foi preparada por Thomas F. Earle, especialista em literatura portuguesa quinhentista, professor emérito da Universidade de Oxford e antigo diretor do departamento de Estudos Portugueses (Sub-Faculty of Portuguese) na prestigiada universidade. Como se lê na sinopse do livro, é «a primeira edição científica desta obra-prima da cronística medieval portuguesa».

De Rui de Pina e da sua obra, faz-se muitas vezes uma apreciação negativa, por comparação com outros cronistas, o que se pode entender quando Thomas Earle observa que «todas as crónicas que chegaram até nós sob o nome de Rui de Pina foram feitas a partir de narrativas compostas originalmente por outros, com a exceção da parte final da Crónica de D. Afonso V e da Crónica de D. João II, que tratam de eventos de que o cronista, já adulto, tinha conhecimento pessoal». Refutando a ideia acusatória de a obra do cronista ser produto de plágio e revelar estilo medíocre, Thomas Earle defende a necessidade de rever a uma nova luz o contributo de Rui Pina, cuja Crónica de D. Afonso V constitui «uma narrativa dramática e emocionante dos eventos do reinado de D. Afonso V (1438-1481), desde os anos turbulentos da regência do tio, o infante D. Pedro, até às guerras marroquinas e ao conflito com os Reis Católicos sobre a sucessão de Castela» (sinopse na contracapa).

A edição da crónica é precedida de um prefácio (pp. 7-14), uma extensa introdução (pp. 15-93), que contém um estudo circunstanciado da crónica, uma lista de abreviaturas (p. 93) e a tabuada da crónica associada aos sumários dos capítulos da mesma (pp. 95-109). Completam o livro um glossário, a bibliografia (pp. 567-579), que lista os manuscritos, a lista de edições impressas da obra e estudos de apoio, e, finalmente, um índice remissivo (pp. 595-629).

É verdade que hoje é sem dificuldade que se abrem as páginas do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e se encontram as digitalizações de manuscritos antigos, incluindo os da transição do século XV para o século XVI, correspondentes ao período da expansão político-militar e comercial do reino de Portugal. Mas é tarefa quase impossível, mesmo para muitos investigadores, a leitura ou consulta destes textos, manuscritos ou impressos, dadas as características da sua escrita.  Esta nova edição da Crónica de D. Afonso V de Rui de Pina torna também legível e mais acessível um texto dos começos do século XVI, com todo o rigor e exigência crítica.


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