A Língua Portuguesa está em constante evolução: nascem palavras novas e outras desaparecem. Confira algumas das que estão a desaparecer.
A língua portuguesa está em constante evolução e não é apenas por causa do novo acordo ortográfico que isso acontece. A evolução tecnológica ajuda a criar novas palavras e a fazer desaparecer outras. E além disso, a evolução social faz cair em desuso expressões ou palavras que se utilizavam antigamente e que agora deixaram de fazer sentido. A evolução da Língua Portuguesa é uma coisa positiva e até necessária. Regularmente, são criados novos conceitos de forma a definir novas tendências ou novos objetos, como por exemplo «televisão» ou «computador».
Algumas palavras caem em desuso e outras novas surgem. Experimente perguntar à sua avó se ela sabe o que quer dizer «coworking», «clonagem», «drone» ou «smartphone» e talvez constate que ela desconhece algumas delas. Mas se ela lhe falar em palavras como «anóveas», «brunir» ou «coitar», então será você que irá sentir-se surpreendido.
Mesmo que algumas palavras deixem de ser utilizadas regularmente, é muito importante que elas não caiam no esquecimento. Afinal de contas, fazem parte do nosso idioma, da nossa história e da nossa cultura. Por isso mesmo, perder estas palavras seria o equivalente a perder um pouco de nós mesmos. Estas é uma lista de palavras, muito usadas pelos nossos antepassados, mas que caíram no esquecimento. Quantas conhece?
Absolto: sinónimo de absolvido.
Acartado: indicava um profissional diplomado.
Aguça: sinónimo de pressa.
Anóveas: indicava um valor nove vezes superior.
Asinha: sinónimo de depressa.
Assento: sinónimo de habitação.
Assunar: sinónimo de amotinar.
Botica: sinónimo de farmácia.
Brunir: Passar ou dar ao ferro.
Cagalhota: Mulher de baixa estatura e pescoço curto.
Carisma: sinónimo de epilepsia.
Coitar: sinónimo de machucar.
Comprir: sinónimo de cumprir.
Dada: sinónimo de doação.
Depós: sinónimo de após.
Embora: sinónimo de em boa hora.[1]
Escala: sinónimo de escada.
Franquia: sinónimo de sinceridade.
Garçom: sinónimo de jovem.
Graveza: sinónimo de gravidade.
Jondra: Sostra. Rapariga pouco limpa e asseada.
Jorna: Dia de trabalho, “trabalhar à jorna”.
Ladroa: sinónimo de ladra.
Lambisgoia: Pessoa intrometida quem se intromete em assuntos que não lhe dizem respeito ou vive a fazer mexericos.
Lanfranhudo: Carrancudo, homem feio e mal humorado.
Malota: Corcunda
Patego: parolo, lorpa.
Pera: sinónimo de para.
Pertinência: sinónimo de pertença.
Polo: sinónimo de pelo.
Remelado: Com sintomas de conjuntivite bacteriana ou disfunção lacrimal.
Safanão: é o ato de puxar o braço de uma pessoa para dar um raspanete.
Seba: Porca gorda.
Sendo: indicava uma herdade cultivada.
Sirigaita: Sirigaita é uma das piores ofensas que uma moça do século passado poderia ouvir. Ao chamar uma mulher de sirigaita, uma pessoa queria dizer que ela era mal-educada e tinha atitudes constrangedoras.
Sisa: indicava um tributo pago ao estado.
Soer: sinónimo de costumar.
Soldo: indicava uma obrigação no arrendamento de terra.
Suso: sinónimo de acima.
Tença: sinónimo de posse.
Trepa: Coça, tareia, treino.
Vosmecê: sinónimo de você.
[1 N. E. – A menção ao advérbio embora é estranha, porque é palavra bem viva. Talvez o que se queira referir sejam usos semanticamente arcaicos, em que embora é lietralmente «em boa hora», como ocorre nos textos vicentinos.]
Texto em linha no portal Vortex Magazine, com a data de 22 de janeiro de 2019.