Controvérsias Aval, avais Segundo ensinam as boas gramáticas (que são pouquíssimas…), os nomes terminados em -al fazem o plural em -ais, excepto mal (pl. males, a moeda real (pl. réis) e cal, pois de acordo com alguns pode ter como plural cales e cais. Surge agora a dúvida quanto a aval. Embora Cândido de Figueiredo e a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira dêem o plural avales, julgamos tratar-se de francesismo desnecessário este plural (em francês é avals). F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) · 2 de maio de 1997 · 14K
Controvérsias Aval, avales Como já aqui defendi (cf. Aval, in Respostas Anteriores), a palavra aval provém do francês "aval", cujo plural é "avals". Eis uma justificação, embora de não muito valor, para o plural avales. Nem todas as palavras terminadas em -al fazem o plural em -ais como é o caso, por exemplo, de mal, males. Entretanto, há mel, que, além do plural méis, possui também o plural meles. E fel faz no plural feles. O melhor é deixar, pois, passar o tempo, até que o uso escolha uma das formas: avales ou avais. José Neves Henriques (1916-2008) · 2 de maio de 1997 · 5K
Antologia // Moçambique Língua Mpurukuma, Língua, corpo quase,o que sou de sobrepostas vozes,Bayete!E tu, pássaro da alma, Mpipi adejandosobre o losango tumultuante de cores,Templo onde me cerco,não me abandones, cão inflando para o riouma escarninha balada que nos enforca.Esfumou-se a Torre na praia nocturna,a preposição que olfactava o nervoe Ele dorme ainda e expulso.Quando a palavra surge, inteira, das águase os espíritos batem a respiração do batuque,Ele ... Luís Carlos Patraquim · 2 de maio de 1997 · 3K
Controvérsias Norma linguística, desvio e erro A questão da norma linguística associada à determinação do que deve ou não ser considerado erro é terreno movediço falho de um poder regulador. Alguns linguistas - quais visitantes alienígenas - fazem questão de se insurgir contra qualquer possível iniciativa reguladora, pretendendo que aqueles que tentam determinar o que é erro estão de costas voltadas para a «realidade dinâmica da língua» (que, aliás, nunca esclarecem em termos práticos), que se apropriam indevidamente de um poder que é de ... José António Fernandes Camelo · 30 de abril de 1997 · 15K
Controvérsias K, w e y não são portugueses Carlos Sousa Ferreira (cf. Ainda sobre black-out com ou sem hífen) contestou uma minha resposta, onde defendi que as letras k, w e y não pertencem ao nosso alfabeto. Vejamos: 1.a) Diz Rebelo Gonçalves no seu "Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa" que as tais vinte e três letras são «letras fundamentais». Se são fundamentais, as outras três (k, w e y) não pertencem ao fundamento da nossa grafia. Ficam, pois, à parte. José Neves Henriques (1916-2008) · 30 de abril de 1997 · 4K
Antologia // Portugal O adjectivo O adjectivo? Que horror quando não é incisivoquando atira para o vagoo pobre substantivo(...) Alexandre O'Neill · 24 de abril de 1997 · 5K
Pelourinho Ciberfalhas Esta secção serve para realçar desvios às normas de português supostamente em vigor nas escolas - quando cometidos em público e, de preferência, por figuras públicas. Ciberdúvidas, que tem suscitado milhares de consultas, é neste assunto uma «figura pública» de responsabilidade acrescida. Por isso, quando erra no que não pode, merece um lugar especial no "Pelourinho". Temos assinalado falhas nossas: pela correcção de respostas ant... Ciberdúvidas · 24 de abril de 1997 · 2K
Pelourinho Ninharias francófonas É conhecida a apetência especial do ex-Presidente português, Mário Soares, em falar francês com pronúncia portuguesa. Por exemplo, Mitterrand ("mon ami Mitterrand"), ele diz sempre: "Mitterand", como se Mitterrand se escrevesse só com um r e mal tocando no r. É uma opção, um estilo, uma marca distintiva que só fica bem a um lusófono ainda com responsabilidades públicas. Choca, por isso, só por isso, vê-lo dar assim o dito pelo não dito na inversa, i... João Carreira Bom , José Mário Costa · 21 de abril de 1997 · 2K
Controvérsias A língua muda «toda» de 50 em 50 anos? O correspondente que assina Carlos Sousa Ferreira (CSF) começa por imputar a Ciberdúvidas uma afirmação inexistente: «Em inglês, não há "black-out" com hífen». Procure-se nas Respostas Anteriores! CSF delirou. Ou, então, está de má-fé. Animado pela energia da imaginação, CSF «ensina-nos» a diversidade da língua inglesa e, a seguir, tenta demonstrar que o reputado helenista e latinista Rebelo Gonçalves - só pelo facto de ter admitido a sua utilização em casos especiais - autorizou o ... João Carreira Bom · 18 de abril de 1997 · 5K