Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Em português nos desentendemos, é o que parece. Basta ver a polémica que por aí anda com as provas de aferição da dita língua. Têm erros, sim, e depois? Quem disse que isso importa? Alguns puristas, obviamente fanáticos. Aos aferidores importa é o que se afere e neste caso, dizem eles, afere-se a capacidade de entender um texto. Escrever «açado» em vez de «assado» é absolutamente secundário. Cada coisa de sua vez. Aliás, devia ser assim...

Referência no Jornal da Tarde (RTP 1, 3 de Junho de 2007) ao início da época balnear em Portugal: «Este [rapaz] é um dos raros banhistas que hoje

«A GNR explica por que é que não apareceu.»*

Este é mais um dos caso de má utilização do advérbio interrogativo porque, numa oração interrogativa indirecta.

«Porque é que a GNR não apareceu?» seria a interrogativa directa.

De resto, a expressão «porque é que» é sempre constituída pelo advérbio interrogativo (porque) e pela partícula de realce («é que»).

* in matutino 24 Horas de 3  de Junho de 2007

Em torno da questão dos erros ortográficos, criaram-se várias lendas perniciosas. Uma delas é a que estabelece a confusão de que a eficácia de um texto resulta basicamente da sua correcção ortográfica. Não é verdade. Todos sabemos que a ortografia é apenas um dos aspectos de construção de um texto. As pedagogias modernas, que têm de admitir que se está perante uma mudança do registo escrito, por influência do impacto da c...

«O Livro de Estilo do Público é peremptório ("anglicismos – deve-se evitá-los quando há o termo equivalente em português: antecedentes ou enquadramento, em vez de background; finta, em vez de dribbling; meios de comunicação social, em vez de mass media..."), mas a língua de William Shakespeare (e do prosaico George W. Bush) está a invadir as páginas do jornal. (...)

A linguagem do padre António Vieira em <i>Os Sermões</i>
Génio, ironia e sarcasmo

Ninguém, como o padre António Vieira, em Os Sermões – considerou Camilo Castelo Branco * – «reuniu em poucas páginas tantas palavras rubricadas pelos mestres que o precederam [cuja] prosódia constituiriam o idioma português no alto ponto das línguas mais ricas, se já então houvéssemos entrado em comunhão de ciências com a Europa, e tivéssemos adaptado à nossa índole glótica os termos facultativos.»

 

* in Curso de Literatura Portuguesa, Lisboa, 1876, p. 104.

Tiveram lugar [em Portugal] no passado dia 22 de Maio as Provas de Aferição de Língua Portuguesa do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico em Portugal. Consultando o documento "Critérios de Classificação", disponível no sítio do Ministério da Educação, fica-se a saber que a prova, para um e outro ciclo, é constituída por duas partes. Na prime...

No exame de Português do 9.º ano [em Portugal], os critérios de avaliação permitem que um aluno possa ter dois pontos (em cinco) com «muitas insuficiências» de natureza «ortográfica, lexical, morfológica» e «sintáctica». Ou seja, em última análise, permite que um aluno entre no secundário sem saber escrever. Basta que responda com «palavras soltas», se der uma ideia que percebeu a pergunta e sugerir vagamente a resposta. Não se compreen...

Ainda à volta do «ter de…»/«ter que…»
A tradição gramatical e o uso antigo

A diferença entre o ter de e o  ter que, neste contributo da professora Edite Prada.

Vide os textos relacinados com este assunto, ao lado.

Um despacho da EFE informava, há cerca de um mês, o seguinte: «Dois senadores chilenos, tradicionais antagonistas políticos, deixaram de lado diferenças e aderiram a uma iniciativa espanhola para salvar palavras em "perigo de extinção", com o objectivo de enriquecer o idioma.»