Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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«Um

A propósito de palavras que acabam em -s no singular (como lápis e pires), o professor e jornalista angolano Edno Pimentel alerta para os cuidados a ter com as regras que definem a relação entre o singular e o plural de substantivos e adjetivos. Crónica publicada no jornal luandense Nova Gazeta em 30/07/2015, à volta dos usos do português em Angola.

Ah, o jornalismo!

«O atual jornalismo esquece-se de que o discurso político é uma linguagem que exige consciência crítica» – é uma das conclusões do  crítico literário português António Guerreiro, em artigo, transcrito, com a devida vénia, do jornal Público, dia  17 de julho de 2015. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

<i>Cluster</i>, um anglicismo intraduzível?

Como termo de certas áreas especializadas, o anglicismo cluster não é nenhuma novidade: aparece há alguns anos em português, tal como sucede noutras línguas românicas (por exemplo, espanhol ou francês). Disto mesmo dão prova os dicionários monolingues em linha, que já registam a palavra, definindo-a genericamente como «aglomerado de coisas semelhantes» (ver cluster no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ). Estas fontes incluem ainda os usos de cluster nos âmbitos cientifico e técnico: em linguística, «grupo de duas ou mais consoantes seguidas»; em informática, «unidade de armazenamento num disco» (ibidem; ver também o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, disponível na Infopédia). Igualmente na informática, cluster pode também intrometer-se no discurso em português, com outra  aceção possível em inglês: «conglomerado de computadores» (Dicionário Inglês-Português da Porto Editora, na Infopédia).

Um vírus nem sempre foi um vírus
Palavras que mudaram de significado com os tempos

Trabalho publicado no jornal digital Observador em 26/07/2015 à volta dos processos de alteração do significado das palavras, com relevo para a extensão semântica, a metáfora e a metonímia – e para cuja elaboração foram ouvidos os linguistas João Paulo Silvestre e Margarita Correia.

«Difícil é trintar»

Texto do autor sobre a esperança de vida em Angola, no qual o uso de dois verbos (regulares) – trintar, «fazer 30 anos», e quarentar, «fazer 40 anos» – é sinal da preocupação dos angolanos com os males que os ameaçam.

«Os feridos

No português falado em Angola, é recorrente a alteração errónea do significado dos verbos – por exemplo, acontece empregar-se, por vezes, a voz ativa com sentido passivo. Edno Pimentel aponta um caso desses, o do uso do verbo internar.

[Crónica publicada na coluna Professor Ferrão do semanário luandense Nova Gazeta, de 23 de julho de 2015, à volta dos usos do português em Angola.]

Angola em desacordo

Conforme um parecer elaborado por altura do Conselho Extraordinário de Ministros da CPLP, realizado em Fevereiro de 2012, as reservas que até à data levaram Angola a ser o único país de língua oficial portuguesa a não ratificar o Acordo Ortográfico decorrem sobretudo de quatro «entraves»: discordâncias quanto à fixação das palavras originárias das suas línguas nacionais, assim como em relação a  outras opções, qualificadas de «lapsos» que se pretendem «retificados»; os encargos resultantes da sua aplicação no sistema de ensino do país; e «a dificuldade em formar professores e estudantes» nas novas regras ortográficas.

[Texto que completa a entrevista que o autor fez à linguista Teresa Camacha Costa, publicada no semanário luandense Nova Gazeta do dia 23 de julho aqui disponível.]

«Sem o Acordo Ortográfico,<br> o português em Angola fica sem rumo»
Responsável do Departamento de Língua Portuguesa
do Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda

Se não ratificar o Acordo Ortográfico, Angola vai ficar como que «numa ilha – perdida», considera a linguista Teresa Camacha Costa1, responsável do Departamento de Língua Portuguesa do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) de Luanda, defendendo, nesta entrevista ao jornalista Edno Pimentel, publicada no semanário Nova Gazeta do dia 23 de julho de 2015, a sua «ratificação imediata e a criação de um português angolano». Mas, ao mesmo tempo, muito crítica em relação ao seu ensino em Angola: «Só quem é formado na área tem habilitações para ensinar. Não basta falar. Por isso é que vemos muitos estudantes com tantas debilidades [no domínio do português]. Esses professores sem a formação específica mutilam os estudantes.»

Autorretrato de professora

Compêndio de Gramática Portuguesa, de Nunes de Figueiredo. Era este o meu livro de cabeceira durante a minha infância, que acalentava o meu sonho de vir um dia a ser professora. Qual romance histórico ou romântico, urbano ou realista! Eram os verbos e as orações que me faziam sonhar!

Sempre acreditei que o meu caminho profissional passaria pelo ensino. O ensino da gramática, nua e crua. Bem sei que parece loucura, mas sempre me interessaram as especificidades e vaidades desta língua que é tão minha, tão portuguesa, por meio da qual expresso o que me vai na alma, as minhas emoções, sonhos e ambições!

A jurisprudência do palavrão

Quando é que as denominadas «subtilezas de linguagem» e demais «expressões rudes» – vulgarmente conhecidas como insultosinjúrias – (não) são tidas como mera «muleta de linguagem» no entendimento dos tribunais chamados a pronunciar-se? E qual é a fronteira, para a jurisprudência portuguesa, para além da qual se ultrapassa o simples «calão grosseiro proferido como desabafo»? Um caso recente e muito mediático envolvendo o marido da ministra das Finanças portuguesa propiciou este levantamento de casos judiciais similares, num trabalho da jornalista Ana Henriques, saído no diário Público do dia 16 de julho p.p.