Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Juízo final

«(...) Os métodos de classificação [dos exames dos 9.º e 12.º anos, em Portugal] – que este ano tiveram a lamentável novidade de uma supervisão online, geradora, a meu ver, de um distanciamento maior entre classificadores e de um efeito de obediência muito musculado – são distintos entre docentes, ainda que se tente criar a sensação de que, perante cenários ou exemplos de resposta, descritores de níveis de desempenho e uma mesma resposta de um aluno, a pontuação atribuída por um número invariável de docentes possa ser infalivelmente a mesma. Não é. Em Português não é, nem pode ser. (...)»

[António Jacinto Pascoal, "Público", 31/08/2016]

O provincianismo na Língua

«(...) São muito mais as palavras (portuguesas) que repelimos do uso corrente ante o deslumbramento provinciano que se rende aos pés da palavra com aroma estrangeiro, pelo que objectivamente a língua fica mais pobre e sem maleabilidade ou precisão para definir as realidades particulares. (...)»

[Manuel Matos Monteiro, in jornal Público, de 31/08/2016]

Querem mesmo outra ascendência <br> para Renato Sanches...

Jogadores selecionados por Fernando Santos:

«... Renato Sanchez»

in "Jornal da Tarde", RTP1, 26/08/2016

A gramática e a política

«(...) Como se tivesse sido tirado às pressas, ainda empoeirado, de um baú, Temer soa antigo a cada gesto, a cada pausa, a cada sorriso, a cada murro na mesa. E, ainda por cima, disse a certa altura “(...) sê-lo-ia pela minha formação democrática (...)”. “Sê-lo-ia” é a tal mesóclise – que, se não se usa todos os dias em Portugal, no tropical e mais informal Brasil então é mesmo uma ave rara. (...)»

[in Dinheiro Vivo/Diário de Notícias, 17/08/2016]

Anglicismos de (fácil) equivalência em português

Os anglicismos proliferam na língua portuguesa, fruto da globalização, é verdade – mas, e em grande parte, também, por insensibilidade pelo primado e o bom uso do idioma nacional.

Défice do português básico

«(...) No mínimo surpreendente a ausência de qualquer cuidado editorial na publicação de uma notícia com tantos erros (primários) em tão poucas linhas. Mais estranho, ainda, por acontecer precisamente no jornal que fez do Acordo Ortográfico a fonte de todos os atropelos à língua portuguesa. (...)»

Escrita irritada pode ser delicada

«(...) O [Acordo Ortográfico] veio facilitar a comunicação em língua portuguesa a nível internacional e mundial, mas a nível local veio prejudicar muitos cidadãos cuja subsistência está relacionada com a manutenção da imobilidade da ortografia em que nasceram, principalmente escritores, editores e críticos literários» – escreve-se neste artigo transcrito do jornal Público do dia 14/08/2016, em opinião divergente de uma anterior publicada no mesmo jornal, intitulada “O injustificável acordo orto(?)gráfico”.

São erros, senhores...<br> Ou serão ideias supimpas?

O que quer dizer supimpa? E quanto a incorreções tão comuns como "encapuçado" em vez de encapuzado, "salganhada" em vez de salgalhada, mais a confusão recorrente entre o «ir ao encontro de» como o «ir de encontro a...», ou "implementar" que serve para tudo e para nada? Ou, nos seus antípodas, aparentes contrassensos da linguagem, como é o caso da expressão «fazer a barba»? 

[Crónica do jornalista Nuno Pacheco, à volta de «meia dúzia de livros que [publicados em Portugal], desde meados de 2015, vêm a tratar dessa coisa preciosa que é a língua portuguesa, falada ou escrita». In "Público" de 12/08/20016, conforme a norma anterior ao Acordo Ortográfico, seguida pelo jornal.]

Uma reflexão sobre o acto de ensinar

«(...) Com a enxurrada de questões inócuas de gramática e exercícios de audição que infantilizam e tornam artificial o próprio acto de ouvir (não percebem que os adolescentes acham ridículo semelhantes práticas de ensino?), e de escrever, este tipo de provas fere de morte o ensino do português (...)», escreve o poeta e ensaista António Carlos Cortez neste artigo-reflexão* sobre os resultados das provas de aferição de Português para 8.º ano de escolaridade, em Portugal.

 

* In jornal Público, com o título "Provas de aferição: para uma reflexão sobre o acto de ensinar". Artigo escrito  segundo a norma de 1945.

Falares há muitos, dizeres também

♦«Calão é palavra matreira. No dicionário, tanto lhe dá para a mandrice (como calaceiro) como para a pesca (chama-se calão a um barco usado na pesca do atum), mas mais comum é tal palavra servir para designar uma "linguagem especial usada por certos grupos". Não há quem não saiba o que é, na verdade. (...)»

crónica do jornalista Nuno Pacheco, no jornal "Público" de 5/08/2016, que, a pretexto do lançamento da nova edição, revista e aumentada do Dicionário de Calão do Porto, esmiúça vários outros exemplos de expressões, localismos, regionalismos e modos de falar – que vão de Luanda, à Bahia, até ao Algarve]