«E ele estava sempre disponível para ajudar.»
Conheci o Fernando Venâncio, em 1999, na exposição do bicentenário de Almeida Garrett. Reencontrei-o depois na blogosfera, pois ele colaborava no Aspirina B. Falava com regularidade com ele através do Messenger sobre coisas de língua, mas não só. Ainda mediei a entrega de uma pequena parte do seu espólio manuscrito à Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), pouco depois de ter voltado da Holanda: correspondência com escritores e outras personalidades das Letras e da Cultura.
Sou-lhe também devedor de pequenas ajudas. E ele estava sempre disponível para ajudar. Uma vez apareceu-me uma pequena máxima em holandês do século XVII, num cartaz de uma exposição para a qual havia revisto o texto da folha de sala e as legendas... Dicionários para aqui e para ali, mas nada de satisfatório dali saía... De repente, lembro-me dele, escrevo-lhe pelo Messenger – ainda dava aulas na Holanda – estava online, e zás, num abrir e fechar de olhos, tenho a frase traduzida.
Ensinou-me a palavra meilar, que usou em El-rei no Porto – e ainda nos rimos com isso, pois ficou admirado de eu a reter. Iniciou-me na leitura do Rentes de Carvalho, que não conhecia...
Era um homem de grande simplicidade e afabilidade, e muitíssimo prestável...
Apontamento que o autor incluiu na mesma data no seu mural de Facebook e aqui disponibilizado com a devida vénia.