Endogamia e nepotismo são duas palavras que têm estado na ordem do dia em Portugal em resultado das relações familiares entre membros do Governo português.
A palavra endogamia foi inicialmente usada pelo jornal espanhol El País para referir à situação portuguesa, tendo depois sido replicada por outros periódicos portugueses. O termo nepotismo tem surgido também para referir o caso.
De um ponto de vista linguístico, o vocábulo endogamia, oriundo da área da sociologia, significa «conjunto de regras sociais que levam o indivíduo a contrair matrimónio dentro do seu grupo étnico, religioso ou social» (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea), pelo que é pouco adequado para descrever a realidade que se encontra em questão.
O termo nepotismo, por seu turno, refere-se, de um ponto de vista histórico, aos privilégios concedidos por certos papas aos seus familiares, em particular aos sobrinhos e, em geral, significa «abuso que uma pessoa faz da sua posição ou poder para conceder favores aos seus familiares ou amigos, independentemente do seu valor pessoal» (idem). Porque este significado parece mais próximo da realidade a que se alude, o vocábulo nepotismo será mais adequado para descrever esta situação. Acrescente-se ainda que os adjetivos relacionados com este nome são nepotista e nepotístico.
Cf. A endogamia + Foi a endogamia que acabou com a dinastia dos Áustrias + Endogamia ou mérito? As muitas famílias que marcaram a política mundial