No "Jornal da Noite" da SIC (canal de televisão português), lia-se em rodapé, numa notícia intitulada "Crise na PJ":
«PSD acusa governo de "impôr" "lei da rolha".»
A forma "impôr" não é correcta, embora derive de pôr. É certo que na ortografia que ainda vigora em Portugal (a do Acordo Ortográfico de 1945) e no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aprovado em 12 de Outubro de 1990 pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, prescindem de acento gráfico palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Exceptua-se a forma verbal pôr, que para se distinguir da homografia com a preposição por apresenta acento circunflexo. Este usa-se como distintivo nas formas que têm vogal tónica fechada e estão em homografia com palavras sem acento próprio. Tal como se opõe pêlo (substantivo) a pelo (contracção da preposição com o artigo definido), assim se contrasta pôr com por. Assinale-se, porém, que os derivados de pôr (opor, supor, propor, repor, impor, dispor, transpor, compor) não são acentuados, uma vez que são palavras agudas terminadas em r, à semelhança dos outros verbos (por exemplo, cantar, comer, fingir).