A propósito das recentes di(con)vergências entre António Costa e António José Seguro, o principal semanário português publica um texto que traça uma espécie de biografia comparada de ambos, no qual, a dado trecho, se diz:
«Mesmo que subliminar, há um certo 'preconceito de classe' deste em relação aquele» (Expresso, n.º 2101, de 2 de fevereiro de 2013, caderno principal, p. 5).
O pomo da discórdia, mas aqui linguística, é aquele «aquele» que devia ser «àquele», fazendo a crase, ou seja, a contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquele, suprimindo assim a sequência de duas vogais iguais («a aquele») e conferindo maior fluidez à frase.
Ainda que não seja de excluir a possibilidade de se tratar de uma gralha, esta é uma daquelas situações que por vezes acontecem, mas não deviam, ademais porque até os corretores automáticos a detetam, como o faz este com que escrevo que assinala a verde a divergência…