O adjectivo
Dá-me de comer.
Se não fora ele
O que houvera de ser?
Vivo de acrescentar às coisas
O que elas não são.
Mas é por cálculo,
Não por ilusão.
in De Ombro na Ombreira, 1969
O adjectivo
Dá-me de comer.
Se não fora ele
O que houvera de ser?
Vivo de acrescentar às coisas
O que elas não são.
Mas é por cálculo,
Não por ilusão.
in De Ombro na Ombreira, 1969
Alexandre O'Neill (Lisboa 1924 – Lisboa, 1986) foi poeta e um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa. Desvincula-se do grupo a partir de Tempo de Fantasmas (1951), expressando o seu desagrado pelo rumo decadente em que o surrealismo mergulhara. A publicidade foi a maneira menos trabalhosa de ganhar sustento que o poeta encontrou, apesar de não criar nenhum vínculo afetivo com esta profissão. Fez da pátria e da crítica os seus temas mais constantes na poesia, editando, assim, A Ampola Miraculosa (1948), Poemas com Endereço (1962), Feira Cabisbaixa (1965), Portogallo Mio Rimorso (1966), Uma coisa em forma de assim (1985).
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações