Sydney é a grafia a dar ao nome da cidade australiana que as notícias puseram em foco. Porquê Sydney, e não "Sidney"? E não haverá feição mais portuguesa? Começando pelo nome inglês, sabe-se que o topónimo tem origem num apelido grafado de duas maneiras – Sidney e Sydney –, derivado de uma antiga expressão anglo-saxónica, sidan iege («ilha ampla»). A cidade, contudo, passou a ser conhecida como Sydney, em homenagem ao político britânico Thomas Townshend (1733-1800), visconde Sydney – ou seja, o topónimo fixou-se em inglês com dois yy. Em Portugal, o insigne filólogo Rebelo Gonçalves registou Sídnia como alternativa vernácula a Sydney no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), mas sem sucesso; e, não tendo a forma portuguesa alcançado popularidade, aceita-se e emprega-se hoje o topónimo Sydney (pronunciado "sídni") sem o adaptar à língua portuguesa.
A rubrica O Nosso idioma recupera um texto do nosso saudoso colaborador José Neves Henriques (1916-2008) a propósito de ortoépia, ou seja, o conjunto de preceitos relativos à «articulação perfeita dos fonemas, de acordo com a norma considerada padrão – a da gente culta», uma área que merece especial atenção entre os gramáticos normativistas. O consultório dá atenção a três tópicos: a origem da palavra gajo, o significado do plural compadres e o uso de artigo definido em títulos de obras literárias.
O programa Língua de Todos de sexta-feira, 19 de dezembro (às 13h30*, na RDP África; repetição em 20/12, às 9h10*), entrevista José Ribeiro Pereira, um dos redatores do Dicionário Global da Língua Portuguesa – autoexplicativo com exemplos contextualizados (Lidel, 2014), da autoria de Jaime Coelho. No Páginas de Português de domingo, 21/12, às 17h00, na Antena 2, José Viale Moutinho refere-se à obra que coordenou e que o Círculo de Leitores edita em Portugal, as Obras Escolhidas da Literatura Tradicional Portuguesa; é também convidada Dilza Ramos Bastos, chefe do serviço de biblioteca da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro, para falar sobre a digitalização do Acervo de Literatura Popular em Versos desta entidade.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando também disponível via Internet, nos endereços de ambos os programas.
Na Ciberescola da Língua Portuguesa e nos Cibercursos, alunos e professores encontram gratuitamente materiais para apoio do ensino e da aprendizagem do português (língua materna e não materna). Mais informação – incluindo pormenores sobre cursos para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language) – no Facebook e na rubrica Ensino.