No caso presente, depende do que se queira exprimir e da situação. Ou é um advérbio de modo, também chamado de intensidade (demais), ou uma locução adverbial de quantidade (de mais).
Suponhamos que o João foi um homem bom, amigo do próximo e que, por isso mesmo, sofreu. Morreu com 178 anos. Os amigos ficaram tristes e sentiram em si próprios o sofrimento do amigo. Embora desejassem que ele continuasse vivendo, dirão consternados: Coitado do João! Viveu de mais. Andou cá anos de mais.
Escrevemos de mais, quando queremos significar quantidade. Por isso, dizemos também assim: Comprei livros de mais. De mais opõe-se a de menos: Comprei livros de menos.
Suponhamos que o Mário também morreu com 178 anos. Foi um homem mau, que só soube prejudicar os outros. Referindo-se não à quantidade de anos, mas ao modo como os viveu, e visualizando as asneiras que ele fez, poderão dizer: O Mário devia ter ido há muitos anos! Ele viveu demais e bem demais!
Reparemos no seguinte: a pessoa, para reforçar a ideia de modo – do modo como viveu, até foi levada a empregar o advérbio de modo bem para reforçar a ideia de modo contida em demais.
Porém, no exemplo apresentado pelo nosso consulente, parece que devemos dizer de mais.
Se o exemplo viesse num contexto que mostrasse claramente a situação, poder-se-ia dar uma resposta precisa.