O conector de subordinação por não expressa um valor semântico conclusivo, mas, sim, causal ou explicativo.1
Repare-se que a frase que apresenta pode ser substituída por uma frase finita com um valor semântico equivalente, introduzida pelo operador porque:
1. «Eu gosto de chocolate, porque é macio e doce.»
Em orações subordinadas introduzidas pelo conector por é obrigatório o uso do infinitivo pessoal, que é visivelmente marcado na 3.ª pessoa do plural:
2. «Eu gosto de chocolates, por serem macios e doces» (e não «por ser macios e doces»).
O valor conclusivo é dado normalmente pelas conjunções logo e portanto:
3. «O João passou no exame de condução, logo/portanto, já pode conduzir.»
1 Porque causal versus porque explicativo
a) «Faltei à reunião porque estive doente.»
B A
b) «Aquela menina deve estar triste, porque está a chorar.»
B A
A frase a) expressa uma relação de causa-efeito entre as orações A e B, em que A dá origem ao estado de coisas descrito em B. Estamos, assim, perante um fa{#c|}to real.
Na frase b), por sua vez, não é expressa a causa de a menina estar triste, mas, sim, uma dedução do locutor pelo que observa e pelo seu conhecimento do mundo. Dir-se-á, então, que em a) o conector porque introduz uma oração causal e em b) introduz uma oração explicativa.