A expressão «nódulo sólido hipoecogénico» é uma expressão meramente descritiva daquilo que se observou num exame que recorre a uma técnica que produz imagens bidimensionais de "fatias" dos órgãos atravessados, no caso a tiróide, acrescida de alguma forma de interpretação tridimensional efectuada por parte do observador. Assim, nódulo refere-se à forma de uma formação que normalmente não deveria existir na localização em que observou. A dita formação, do ponto de vista tridimensional, deverá corresponder a uma forma aproximadamente esferóide ou elíptica.
Sólido refere-se ao facto da imagem observada provavelmente corresponder a uma formação que não é líquida (sólido e líquido são as duas alternativas possíveis na descrição de imagens ecográficas de nódulos), isto é, que em vez de ser constituída por um líquido pouco rico em proteínas, como é o caso de água ou soro, será constituída por qualquer outro tipo de conteúdo que pode ser líquido mas com muitos elementos figurados (células) como por vezes parece ser o sangue, ou realmente sólido, como qualquer órgão ou tecido sólido do nosso corpo, que é constituído por células, água e várias substâncias em solução ou suspensão.
Finalmente, hipoecogénico significa, como seria esperado, «pouco [prefixo hipo] ecogénico». Imagens muito ecogénicas surgem brancas nas imagens ecográficas mais usuais (ou pretas se se usarem imagens negativas) e normalmente representam órgãos com densidade cálcica tipo osso que reflectem todos os ultra-sons que lhes chegam. Os ultra-sons reflectidos (ecos) são traduzidas pelos equipamentos de ultra-sons usados em medicina, em sinais visuais de cor branca. Assim, um órgão que deixe passar todos os ultra-sons e não os reflicta, aparece traduzido em preto (anecogénico, sem ecos). O tal órgão que reflecte todos os ultra-sons (ecos) aparece muito (hiper) ecogénico. Se reflectir parcialmente os ecos, aparecerá com qualquer gradação de cinzento e não será nem hiper nem anecogénico e será descrito como hipo (pouco) ecogénico se for um pouco mais escuro que o tecido circundante. A maioria dos nossos órgãos, excluindo o osso e os líquidos pouco concentrados, são desse tipo, reflectem parcialmente os ecos e aparecem com várias gradações de cinzento. Por vezes, ao comparar com os órgãos ou tecidos circundantes, pode-se dizer que é isoecogénico com o tecido circundante ou mais ou menos ecogénico que o tecido circundante.
Em suma, o achado imagético é a tradução ecográfica de uma formação nova, isto é, que normalmente não se observa nessa localização, na tiróide, no caso, com forma arredondada ou elíptica, que deverá ser sólida (isto é, ter componentes sólidos e líquidos em vez de só líquidos, como acontece nas estruturas chamadas quistos) e deverá ter uma ecogenicidade provavelmente inferior à do tecido circundante, devendo pois ter uma composição talvez diferente da do tecido circundante.
Para esclarecimento completo da natureza da dita formação pode ser necessário recorrer a outro tipo de técnicas.
N. E.– Esta resposta apenas se refere ao significado das palavras e não ao significado clínico. O seu autor não assume qualquer responsabilidade médica relacionada com a informação prestada, pelo que se sugere a consulta ao/à médico/a assistente para maior esclarecimento.