«Apetecia-me dar-vos uns bons avisos concisos, e com ciso, sobretudo para bem do país (…). E isto trás à memória a velha história […]»
Metro, 30 de junho de 2014, p. 12
O excerto é de uma carta publicada no correio do leitor do supracitado diário distribuído gratuitamente no metro de Lisboa. Onde está «ciso» deveria estar, obviamente, siso* – ou seja, «juízo, tino, prudência, bom senso, sensatez, circunspeção», e não ciso (do verbo cisar, que significa «cortar, separar, aparar»). E onde está «trás» – «atrás, detrás, na parte posterior» – deveria estar, obviamente também, traz, do presente do indicativo do verbo trazer. É bem certo que a carta é de um leitor e não de um jornalista ou de um colunista, mas ela foi lida, avaliada, selecionada e publicada pelo jornal. Alguém, algures neste processo, havia de ter atalhado a situação e corrigido os erros (possivelmente…) do original.
* Do latim sensu, «sentido».
Cf. Assisar + Siso ou ciso + Muito riso, pouco siso