O pleonasmo, sem ganho comunicativo nem estético, é desastrada redundância, como mostra Paulo J. S. Barata.
Comentando a recente crise política em Portugal, o jornalista Nicolau Santos, na sua habitual crónica na Antena 1, Contas do Dia (5 de julho de 2013), referiu, a dado passo (min. 7,6), que «[…] a coligação [PSD-CDS/PP] implodiu por dentro». Trata-se de uma crónica creio que dita, portanto não lida, com algum grau de espontaneidade e de improviso, e onde, por isso, o erro se torna mais desculpável, ainda que, claro está, não aceitável. É que implosão é exatamente uma detonação interna, para dentro, sendo a explosão o seu contrário, isto é, um rebentamento para o exterior, para fora. Naquela frase, implodir seria bastante, implodir por dentro é um pleonasmo vicioso, uma redundância escusada, uma expressão a evitar.