A notícia com maior destaque da primeira página do Expresso de 20 de Agosto de 2011 diz respeito às recentes promoções indevidas ocorridas nas Forças Armadas Portuguesas. No seu desenvolvimento, na página 8, reproduz-se a imagem de dois ofícios, um do Ministério das Finanças e da Administração Pública e outro do Ministério da Defesa Nacional. A propósito da reprodução do último desses ofícios, no texto da notícia, diz-se: «”Visto com preocupação”, escreve Santos Silva (ver fax-símile), no despacho enviado aos chefes militares […]» e na legenda da imagem: « fax-símile do despacho de Santos Silva».
É mais uma vez intrigante que isto aconteça porque o mais básico corrector automático de ortografia detecta este erro. Quem escreveu não o detectou e ou não activou o corrector ou activou-o e nem sequer ligou! Quem fez a revisão também não reconheceu o erro, e quem aprovou o texto, idem.
Trata-se de um texto de investigação jornalística e da peça de maior importância daquela edição do jornal! O correcto seria obviamente fac-símile, aportuguesamento da expressão latina fac simile (etimologicamente: de fac, de facere, fazer + simile, semelhante).
Literalmente, significa fazer igual. Ou seja, um fac-símile é uma cópia ou uma reprodução semelhante ao original. A confusão pode ficar a dever-se ao facto de originariamente facsimile ter sido o nome dado em inglês ao aparelho de fax (ou faxe) – assim baptizado pela capacidade de produzir fac-símiles de documentos – palavra que resulta da redução de facsimile – de fac s(imile transmission).
Acrescente-se ainda que fac-símile ou edição fac-similada é também um termo sobretudo usado na terminologia editorial para designar uma edição – geralmente de um manuscrito ou de um livro antigo – que procura reproduzir com a máxima exactidão o documento original.