O verbo intervir deve ser a armadilha mais vezes tropeçada por quantos, letrados e menos letrados, se apanham a falar em público. Então, quando se trata de conjugar o pretérito perfeito na 1.ª pessoa [intervim] ou de empregar o seu particípio passado [intervindo], é, no mínimo, penoso ouvir tanta derrapagem... gramatical.
Foi o que se (ou)viu, uma noite destas, na SIC, no megadebate televisivo "Levante-se a Justiça!", pejado de ilustres advogados e magistrados portugueses, lado a lado com o ministro da Justiça, o procurador-geral da República e o presidente do Supremo Tribunal.
Um deles, não tão ilustre assim para com a sua própria língua, às tantas, lá interveio com um "intervi" da praxe.
Aqui para nós: que força leva já esta "praxe" para pôr até um meritíssimo juiz-desembargador a estatelar-se tão estrepitosamente ao lado dos que, na mesma linha, caem por regra na esparrela correlativa do "interviu", "intervido" & "intervisto" ?!!