Vou responder a cada uma das perguntas sucessivamente: 1 – Os dicionários são uma boa ferramenta de tradução? Sim, são, quer se fale de dicionários bilingues, quer de dicionários monolingues. Porém, antes de tudo deve ter-se em conta o tipo de tradução que se faz, para em seguida se escolher o tipo de dicionário mais adequado, já que, por exemplo, numa tradução técnica, é aconselhável utilizar-se um dicionário especializado. Se, por um lado, os dicionários são uma ferramenta essencial numa tradução, também é verdade que não devem ser a única. As gramáticas, os dicionários de sinónimos, as enciclopédias e obras sobre o tema da tradução, bem como o conhecimento geral da cultura do país/língua de onde provém o original são recursos fundamentais na elaboração de uma boa tradução. Não deve esquecer-se de consultar, numa tradução especializada, especialistas do domínio em causa e falantes da língua de chegada. 2 – Pode-se fazer uma tradução somente com o dicionário? Penso que já respondi. 3 – Este é eficaz? Normalmente, sim. Um dicionário é sempre uma ajuda para quem traduz ou retroverte, uma vez que nos dá equivalentes, definições e explicações (mais do que um/a, na maioria dos casos) para termos cujo significado desconhecemos. 4 – Quais os problemas? A resposta para esta pergunta poderia dar origem a um artigo ou trabalho de fundo. No entanto, para responder sucintamente, pode referir-se que um dos problemas dos dicionários é o facto de, frequentemente, as entradas não aparecerem contextualizadas. Por isso, um termo que nos parece fácil de traduzir isoladamente é por vezes difícil de inserir no texto da tradução, porque não conhecemos as suas combinatórias. Essa é uma das razões pelas quais o dicionário não deve ser a única ferramenta a utilizar. Por outro lado, e como já referi, outro dos problemas com que se pode debater relaciona-se com a escolha do(s) dicionário(s) que usa.